A determinação de fármacos em amostras biológicas coletadas principalmente no plasma de pacientes, tem por base o contexto clínico e o farmacocinético. Cada vez mais esse procedimento tem sido realizado na área clínica, a fim de assegurar a eficácia terapêutica e minimizar os efeitos adversos, os quais são prejudiciais à qualidade de vida do paciente e refletem na sua adesão à farmacoterapia prescrita.
No que se refere aos métodos de análises mais utilizados na rotina do tratamento (extração, pré-concentração e purificação) de amostras biológicas, a extração líquido-líquido (LPE) e a extração em fase sólida (SPE) são bastante empregadas, com o objetivo de eliminar interferente e aumentar a sensibilidade e seletividade analítica. No entanto, tais métodos possuem muitas desvantagens no que se refere, por exemplo, o grande gasto de solventes, tempo para execução, perda de analito, dentre outras limitações.
A microextração em fase sólida (SPME), desenvolvida por Pawliszyn et al. (1990), apresenta uma série de vantagens em relação ao métodos convencionais de extração por não requerer uma instrumentação analitica sofisticada e longos tempo de execução, além de permitir automação das análises, concentração dos analitos e reutilização das fibras extratoras. A técnica de SPME tem sido realizada por cromatografia gasosa (SPME-GC) e empregada com êxito na extração de fármacos voláteis e semivoláteis em análises de amostras biológicas (Tabela 1), principalmente quando extraídas da fase gasosa, no modo "headspace", onde não ocorre interação das proteínas da amostra biológica com a fibra. Já os fármacos menos voláteis ou termicamente instáveis têm sido analisados após processos de derivatização/SPME-GC ou empregando a técnica SPME acoplada à cromatografia líquida de alta eficiência (SPME-HPLC).
LQ: Limite de quantificação, TCA: ácido tricloroacético; PICI-MS: espectrometria de massas dom ionização química; SIM: seleção do íon monitorado; PDMS: polidimetilsiloxano; PA: poliacrilato; PDMS-DVB: polidimetilsiloxano divinilbenzeno; CW-DVB: carbowax divinilbenzendo; NPD: detector de nitrogênio e fósforo; TSD: detector termiônico específico e FID: detector de ionização de chama (Adaptação: Queiroz, M. E & Lanças, F. M, 2005). Figura 1. Interface do SPME-HPLC O acoplamento com SPME-HPLC requer uma interface apropriada (Figura 1), em forma de um T, onde a fibra é inserida na extremidade superior e as demais extremidades, lateral e inferior, são conectadas à válvula de seis pórticos do HPLC. A dessorção dos analitos poderá ser realizada de modo dinâmico, com a fase móvel, ou, no modo estático, quando os analitos forem fortemente sorvidos na fibra. Um novo sitema SPME-HPLC, denomiando SPME "no tubo" foi recentemente desenvolvido para microextração e pré-concentração de fármacos menos voláteis e/ou termicamente instáveis. Utiliza um tubo capilar aberto de sílica fundida (dispositivo SPME), com a superfície interna revestida com a fase estacionária (quimicamente ligada), o qual tem sido acoplado em linha com o sistema HPLC. O sistema SPME-HPLC "no tubo" pode ser montado fixando-se uma coluna capilar entre a alça de amostragem e a agulha do injetor automático do HPLC (Figura 2). Figura 2. Técnica SPME-HPLC "no tubo". A vantagem da técnica SPME-HPLC "no tubo" é que ela não requer uma interface específica para dessorção dos analitos, como a utilizada em SPME-HPLC convencional, permitindo, assim, a automação dos métodos cromatográfico, resultando em maior precisão e menor tempo de análise, quando comparado às técnicas manuais utilizadas em análises de rotina de fármacos em material biológico. Como as amostras biológicas são injetadas no sistema praticamente em seu estado fisiológico, diminui a exposição dos analistas a estas amostras, além de minimizar perdas do analito durante o processo de extração. As principais vantagens da técnica SPME-HPLC "no tubo" quando comparadas à SPE acoplada em linha com HPLC, têm sido simplicidade, rapidez, extração em micro escala, alta sensibilidade analítica, pequeno volume de amostra, baixo custo, reutilização do capilar extrator, fácil automação e reduzido volume de solvente orgânico. Tem sido aplicada com êxito na análise de compostos hidrofóbicos e hidrofílicos presentes em amostras biológicas, podendo ser facilmente acoplada a vários métodos analíticos, principalmente os em micro escala. Leia mais sobre: QUEIROZ, S. C. N; COLLINS, C. H; JARDIM, I. C. S. F. Métodos de extração e/ou concentração de compostos encontrados em fluidos biológicos para posterior determinação cromatográfica. Quím. Nova, v. 24, n. 1, 2001. p. 68-76. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v24n1/4452.pdf REFERÊNCIAS: QUEIROZ, M.E; LANÇAS, F. M. Análise de fármacos em material biológico: acoplamento microextração em fase sólida "no tubo" e cromatografia líquida de alta eficiência. Quím. Nova, v. 28, n. 5, 2005. p. 880-886. |
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