terça-feira, 1 de novembro de 2011

Pesquisa de metais em material biológico

     Segundo o dicionário de Ecologia e Ciências Ambientais (1998), metais pesados são aqueles metais com número atômicos de médio e altos, como o cobre, o cádmio, a prata, o arsênio, o cromo e o mercúrio, é que são tóxicos em concentrações relativamente baixas. Persistem no ambiente e podem se acumular em níveis que interrompem o crescimento das plantas e interferem na vida animal.

     Eles constituem a maior fonte poluidora inorgânica de solos e águas, sendo introduzidos no ambiente, principalmente através de fertilizantes, pesticidas, combustão de carvão e óleo, emissões veiculares, mineração, fundição, refinamento e incineração de resíduos urbanos e industriais (Tavares & Carvalho, 1992).

     Os metais formam um importante grupo de substâncias tóxicas que apresentam muitas dificuldades quanto à sua análise química sistemática. Nos países desenvolvidos o maior número de casos conhecidos de intoxicação por estes agentes deve-se a intoxicação crônica, resultante da exposição ambiental ou ocupacional (Moffat et al., 2004).

   
     No campo da medicina ocupacional, a pesquisa de metais pesados destaca-se a monitorização biológica indivíduos expostos a metais, auxiliando na prevenção e no acompanhamento de doenças. Além disso, no diagnóstico de intoxicações agudas ou crônicas, no controle de amostras ambientais como (água, solo, ar) e no controle da qualidade de alimentos a pesquisa de metais também é extremamente importante.

     A análise de metais pesados nos diversos materiais deve obedecer a um critério de planejamento em relação à coleta. A quantidade de material a ser amostrada e quantificada deve ser definida de forma a evitar perdas ou contaminações. Isto é feito em relação aos elementos que se quer determinar, a faixa de concentração esperada, o tipo de matriz e o método a ser utilizado na quantificação.

     O método clássico para a destruição da matéria orgânica dissolvida é a mineralização por via úmida, que emprega o aquecimento da amostra e adição de reagentes como ácidos oxidantes ou misturas destes ou, ainda, peróxido de hidrogênio (H2O2). Porém, estes métodos apresentam a desvantagem de oferecer um alto risco de contaminação da amostra, principalmente no caso de amostras que contêm metais no nível de traço,4 além de requererem um grande consumo de reagente e um longo tempo de mineralização. Sendo assim, uma alternativa à mineralização ácida é a mineralização empregando irradiação ultravioleta (UV) que, além de ser eficiente, minimiza a possibilidade de contaminação da amostra devido ao uso de pequenas quantidades de ácidos e peróxido de hidrogênio (Carvalho et al., 2008).

     A espectrofotometria de absorção atômica  (EAA ou AAS -  Atomic absorption spectrometry) é uma técnica bem estabelecida na análise elementar ao nível vestigial de diferentes tipos de matrizes. Trata-se da técnica mais vulgarmente usada na determinação de metais e metalóides (Moffat et al, 2004). O princípio básico dessa técnica é a geração de átomos livres a partir de energia térmica, os átomos gerados recebem luz de um comprimento de onda específico para sua absorção. A extensão da absorção de radiação é diretamente proporcional ao número de átomos, ou concentração, do elemento presente na amostra.

Leia mais sobre...

Detecção da presença de metais pesados em estruturas biológicas como solo, plantas e cabelos humanos: Duarte, R. G. S.; Pasqual, A. Avaliação do cádmio (Cd), chumbo (Pb), níquel (Ni) e zinco (Zn) em solos, plantas e cabelos humanos. Energia na Agricultura, Botucatu, v.15, n.1, p.46-58, 2000.  

- Poluição ambiental por metais pesados: http://www.vivaterra.org.br/vivaterra_metais_pesados.htm 


Referências:

Carvalho, L. M. [et al] Determinação voltamétrica de metais em águas e fluidos biológicos empregando mineralização de amostras com radiação ultravioleta. Quím. Nova vol.31 no.6 São Paulo, 2008.

Tavares, T. M.; Carvalho, F. M. Avaliação da exposição de populações humanas a metais pesados no ambiente: exemplos do Recôncavo Bahiano. Quim Nova 15: 147-153., 1992.

Moffat AC, Osselton MD, Widdop B, Galichet LY (eds.). Clarke’s analysis of drug and
poisons in pharmaceuticals, body fluids and postmorten material. 3rd edition. London – Chicago: Pharmaceutical Press (PhP), 2004.


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