Análise Toxicologica Sistemática é definida pela busca químico-analítica lógica por uma substância de interesse toxicológico cuja presença não é suspeitada e cuja identidade é desconhecida.É fundamental associar achados analíticos de metodologias com baixa correlação pois é possível identificar um grande número de compostos com a mesmas metodologias. Idealmente todas as substâncias toxicologicamente relevantes devem ser isoladas, detectadas e identificadas, a despeito de sua estrutura e/ou polaridade. Seguindo três etapas:
Etapa 1: isolamento e concentração
– Hidrólise e remoção de interferentes
– Extração líquido-líquido
– Extração em fase sólida
Etapa 2: diferenciação-detecção
– Imunoensaios
– Cromatografia (CCD, CG, HPLC) com detecção
por FID, NPD, UV, MS, etc…
Etapa 3: identificação
– Comparação com bases de dados
Amostras clínicas
· Sangue (mais comum)
· Cabelo (Avaliação de exposição prévia, Casos de “DFSA”)
· Fluido oral (Saliva) (Casos de condução sob efeito de drogas
· Urina (Análises qualitativas)
De ante desse contexto o artigo de LINDEN 2006, que descreve a Análise toxicológica sistemática e fenotipagem de CYP2C19: contribuição ao monitoramento terapêutico da amitriptilina é um bom exemplo da aplicação da análise toxicológica sistemática.
Segundo LINDEN 2006, o monitoramento terapêutico, compreendido como a determinação de concentrações plasmáticas de fármacos e a aplicação destas determinações à individualização da farmacoterapia, é uma abordagem útil quando da utilização de amitriptilina, considerando que faixas de concentração terapêutica e tóxicas estão propostas.
Entretanto, a obtenção de níveis plasmáticos terapêuticos é fortemente impactada pela variabilidade fenotípica do metabolismo. Considerando que uma parcela significativa dos pacientes não relatam o uso corrente de medicamentos e fitoterápicos aos médicos assistentes, procedimentos de análise toxicológica sistemática podem ser úteis para avaliar a co-administração de fármacos. O pesquisador desenvolveu um sistema informatizado para cálculo de parâmetros cromatográficos e busca em bases de dados previamente publicadas, disponível na rede mundial de computadores.
Este sistema permite a identificação de substâncias de interesse toxicológico com elevada probabilidade, mesmo com a utilização de métodos analíticos simples e de baixo custo. Também foi desenvolvida e validada uma metodologia para determinação simultânea de omeprazol, 5-hidróxi-omeprazol e omeprazol sulfona em plasma por HPLC-DAD, permitindo a avaliação do fenótipo metabolizador para CYP2C19 e CYP3A4 em um grupo de 38 voluntários saudáveis.
Foram identificados 5 voluntários com diferentes fenótipos metabolizadores para CYP2C19 (1 ultra-rápido, 3 extensivos e 1 pobre) receberam uma dose oral de 1mg.kg-1 de amitriptilina e forneceram amostras de sangue nos tempos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 7, 24 e 48 horas pós-dose. Foram observadas diferenças nos parâmetros farmacocinéticos e nas razões metabólicas de hidroxilação entre os diferentes fenótipos para CYP2C19.
Desta forma, o cálculo do índice metabólico de desmetilação a partir das concentrações de amitriptilina e nortriptilina, determinadas em uma amostra coletada 3 horas após uma dose única ou após a primeira dose oral de amitriptilina, pôde ser utilizado para determinar o fenótipo metabolizador para CYP2C19, permitindo um ajuste precoce da posologia.
Leia mais:
LINDEN, R. Análise toxicológica sistemática e fenotipagem de CYP2C19: contribuição ao monitoramento terapêutico da amitriptilina. 2006.141 f. Tese (Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Biociências, Rio Grande do Sul. 2006.
Referências:
LINDEN, R. Análise toxicológica sistemática e fenotipagem de CYP2C19: contribuição ao monitoramento terapêutico da amitriptilina. 2006.141 f. Tese (Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Faculdade de Biociências, Rio Grande do Sul. 2006.
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