As intoxicações por medicamentos são causas freqüentes de procura de atendimento médico em serviços de urgência e emergência no Brasil, sendo muitos dos casos relacionados às tentativas de suicídio ou envolvendo crianças e idosos que se expuseram a doses acima da terapêutica, resultando em concentrações tóxicas na corrente sangüínea.
No Brasil, os acidentes envolvendo medicamentos alcançam o primeiro lugar como agente causal de intoxicações. Este fato, aumenta o desafio dos laboratórios de análises toxicológicas a desenvolverem metodologias analíticas para pesquisa e identificação de fármacos envolvidos nos casos de intoxicação aguda.
As dosagens de substâncias podem ser feitas no sangue, urina ou lavado gástrico. A investigação de fármacos é provavelmente a mais freqüente dos
As dosagens de substâncias podem ser feitas no sangue, urina ou lavado gástrico. A investigação de fármacos é provavelmente a mais freqüente dos
testes toxicológicos e, dependendo do fármaco e das suas características fármaco-toxicológicas e do tempo decorrido da exposição, pode ser detectado na forma inalterada ou biotransformada em sangue ou na urina.
A sistemática da análise toxicológica de urgência geralmente envolve um agente desconhecido, tornando-se um grande desafio identificar essa substância química, devido ao grande número de substâncias potenciais e a disponibilidade de quantidades limitadas na amostra. Os laboratórios mais sofisticados empregam metodologias como cromatografia gasosa (CG), cromatografia de massa (MS) e cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC). Já os laboratórios de médio e pequeno porte, geralmente dispõem de um espectrofotômetro, cuja utilização é relativamente simples, podendo determinar pequenas quantidades de toxicante através de comparação dos espectros de ultravioleta de substâncias de referência.
A pesquisa toxicológica de fármacos em material biológico, através da espectrofotometria, proporciona um teste simples e rápido para a identificação do agente causal em eventos de intoxicação aguda, podendo excluir ou sugerir a presença de determinada substância. Os métodos espectrofotométricos, na região do ultravioleta, no intervalo de 220 a 320nm, são indicados tanto para o reconhecimento quanto para a confirmação de compostos orgânicos extraídos de material biológico. Entretanto, sua utilização exige, antes de sua aplicação, uma padronização prévia do comportamento das substâncias de interesse.
Uma das maiores vantagens da baixa seletividade da espectroscopia UV é que compostos da mesma classe frequentemente apresentam o mesmo padrão de absorção; assim, substâncias não identificadas podem ser relacionadas a uma determinada classe com base em suas características espectrais.
Um estudo realizado por Américo et al., (2008) desenvolveu um procedimento simples para análise de rotina na triagem de fármacos, usando a espectrofotometria UV nos casos de suspeita de intoxicações. Forneceram-se o perfil de 40 fármacos, classificados de acordo com o seu caráter (ácido, básico e neutro). Com essas análises foi possível identificar os picos de absorbância máxima nos respectivos comprimentos de onda na faixa de ultravioleta, bem como o limite de detecção de cada fármaco.
Referência: Américo, M. A.; Mossin, S. A. G.; Nishiyama, P. Perfil de fármacos por espectrofotometria no ultravioleta. Revista Brasileira de Análises Clínicas, vol. 40(4): 257-259, 2008.
Leia mais: Validação de metodologia analítica e estudo de estabilidade para quantifcação sérica de paracetamol. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jbpml/v46n2/a12v46n2.pdf
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